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terça-feira, 26 de maio de 2009

Tricóptero, e a pesca ás trutas

Pescando trutas num rio de montanha

Tricóptero o todo terreno na pesca ás trutas

Se há momento na minha vida que eu me sinto perto do paraíso é quando me encontro algures numa montanha, vagueando por um rio ou ribeiro pescando trutas..
Ainda existem locais em Portugal que parece que o homem ainda não chegou, ainda há sítios que ficámos deslumbrados com cenários que a Natureza nos proporciona..

Com uns dias livres esta semana decidi ir fazer uma visita a um pequeno rio de montanha que por norma me proporciona uns fins de tarde agradáveis brindado com a presença de trutas fário , como rio de montanha que é as trutas são pequenas mas guerreiras, musculadas das águas rápidas que habitam

Hoje decidi levar uma cana de 8 pés e um carreto equipado com linha 4, com acção rápida, neste tipo de rios pescámos muitas vezes à ponteira, ou pequenos lançamentos, são rios com muita vegetação, muito difíceis de pescar pela densidade da mesma nas margens do rio, obriga-nos a caminhar vagarosamente pela água e a fazer verdadeiras acrobacias para conseguir pescar.. No rio pensava que iria observar mais eclosões devido à temperatura que se fazia sentir mas exceptuando os habituais dípteros, visiona-se algumas efémeras e esporadicamente um tricóptero

A pesca não foi muito fácil comecei a pescar com ponta 0.12 e para começar a capturar algumas pintonas tive que baixar até ao 0.08 quase todas entraram em tricópteros e apenas 2 em efémeras, ainda pesquei à ninfa nuns poços mais fundos mas sem sucesso.. Uma tarde bem passada com perto de uma dúzia de trutas capturadas e libertadas como sempre, pequenas mas lindas..




Preservem este magnifico património genético que nos resta, libertem todas as trutas selvagens.. Deixem esse legado aos vossos filhos.

Obrigado Pai por me teres ensinado a pescar trutas, a observar e a preservar..

terça-feira, 19 de maio de 2009

A foz do Douro e a sua influencia na pesca aos Robalos

Fui visitar o novo molhe norte do Porto, aberto já à algumas semanas, passei anos a pescar no velho farol da barra do Douro( farol de Felgueiras), passei boa parte da minha adolescência a pescar neste farol, fiz e assisti a pescarias inacreditáveis de robalos neste pesqueiro, foram incontáveis as noites que lá passei. Muitos dos ensinamentos e conclusões que retirei da pesca aos robalos grande parte foi neste local que as apurei essencialmente usando o corrico como técnica . É neste pesqueiro que tenho o meu recorde pessoal com um peixe de 8,250 kg , este pesqueiro está na minha alma para sempre e será sempre com saudade que me irei referir a ele..


Quebra mar destacado , molhe sul


Quebra mar destacado , molhe sul




O velho e grande farol foi ultrapassado pelo novo molhe norte da barra do Douro , mais uma obra que custou milhões de euros juntamente com a construção do molhe sul e respectivo quebra mar destacado tudo em prol de uma melhor navegabilidade das embarcações na entrada e saída da mesma barra. Já neste blog e noutros locais referi que o impacto que as obras de defesa e protecção costeira mais concretamente os novos molhes da barra do Douro estão a ter impacto nas espécies que habitualmente habitam a barra e a costa circundante da foz do Rio Douro e só daqui a alguns anos vamos conseguir avaliar o verdadeiro impacto que teve.










Novo molhe Norte


Todas as obras longitudinais aderentes como não aderentes ou obras transversais têm impacto nas deriva litoral e natural de todos os sedimentos que as correntes maritimas transportam , se associarmos a isto o grande numero de barragens que o rio Douro tem e a construção relativamente recente da Barragem de Crestuma-Lever tão próxima da foz menos sedimentos serão encaminhados para o mar.
Se pensarmos que por norma uma construção transversal( molhe) vai reter sedimentos a barlamar vai haver um défice de areias e sedimentos a sotamar , temos inumeros casos na costa norte de efeitos que a construção de obras efectuaram em zonas circundantes, Granja, Espinho, Apúlia, etc .

Por alguma razão a costa de Vila Nova de Gaia mudou repentinamente as caracteristicas de muitos pesqueiros, se houve muitos que ficaram completamente despidos de areia colocando rochas visiveis que nunca antes tinham sido vistas houve casos pontuais que existiu e existe um açoreamento quase total de pesqueiros com muita rocha onde à poucos anos existiam caneiros profundos entre estruturas rochosas agora existe areia , mesmo com mar calmo e ausencia de vento é notória em muitos locais areias em suspenção.
As influencias na pesca são notórias, novos pesqueiros, novas correntes, novos hábitos de caça dos robalos, o robalo é um predador de hábitos mas também de oportunidade, estranhamente os cardumes de sardinha já não encostam tanto à costa por estes lados como era hábito, o jeito de água oriundo do Douro ( designado localmente por fieiro) era visivel paralelo à costa de Gaia, essa corrente transportava vida com ela os robalos vagueavam nesse fieiro a caçar, neste momento essa mesma corrente distanciou-se largamente da costa..

Se na altura da desova continua a ser habitual os profissionais largarem redes e palanques junto da costa, fora dessa época já começaram a largar os seus aparelhos mais distantes da costa, uma maior fiscalização assim os obrigou? Não me parece.. Há efectivamente menos peixe pelos meus pesqueiros mas uma queda tão elevada não é sinónimo directo de baixa drástica da população de robalos..Essa baixa existe mas a verdade é que as espécies ganham novos hábitos e nós pescadores temos que estar atentos e analisar o meio ambiente e encontrar novamente os hábitos dos peixes


o velho farol de Felgueiras


Onde os robalos atacavam os artificiais


“ Mudam-se os tempos mudam-se as vontades” , construiram os molhes e muita coisa mudou, por ventura para pior mas por outro lado abrem-se novas oportunidades os novos molhes por exemplo têm condições excepcionais para a pesca com vinis, tenho por lá andado a descobrir novos pesqueiros e novos hábitos e as pescas engraçadas que aí se consegue fazer com vinis.
Mais à frente vou colocar um pequeno artigo sobre pesca em molhes, passando pelo corrico e spinning.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Spinning com amostras de superficie




Agora que entrou a primavera e com os robalos na fase pós desova as nossas hipóteses de captura com amostras de superfície aumentam consideravelmente.

As amostras de superfície acompanham-me em todas as jornadas de pesca, já capturei peixe com elas em todas a estações do ano, em pesqueiros fundos ou baixos no entanto é chegada a altura em que elas podem revelar todas as suas potencialidades, é o momento de apostarmos mais neste tipo de artificial que provoca momentos espectaculares de pesca.

Os robalos depois de acabarem a desova tendem a ficar mais activos, o aumento da temperatura da água e a aproximação de peixes presa junto da costa são factores importantes e decisivos para tentar a pesca na superfície. Temos que ter presente que só em casos particulares um robalo quebra a superfície da água para se alimentar não pensem porem que isso diminui as nossas hipóteses de captura, apenas temos que saber explorar certas características dos nossos artificiais

Exceptuando casos em que vemos os robalos a atacar cardumes de sardinha, lingueirão ou tainhas muito dificilmente vemos uma ataque de um robalo à superfície isolado do contexto acima referido, não nos podemos é esquecer que muitas das vezes o robalo caça e bate território sob a superfície muitas das vezes em profundidades muito perto da mesma, quantos vezes se avista os robalos a navegar em patrulha?

Por isso com base no que falei poderíamos usar duas linhas de raciocínio:

Restringir esta técnica apenas quando virmos os robalos a caçar à superfície ou em acção de patrulha Utilizar esta técnica sempre que as condições do mar o permitirem

A segunda hipótese é a correcta porque só pontualmente é que vemos os robalos à caçarem na superfície e muitas das vezes se soubermos usar e explorar certas características das amostras conseguimos que o robalo ataque este tipo de artificiais

O que fará então o robalo atacar uma amostra de superfície?

na minha opinião a principal razão é o particular movimento das amostras o wtd ( Walking de dog) e no caso dos poppers e amostras de hélices a massa de água que conseguem movimentar chamando assim a atenção dos robalos através da movimentação da mesma aliada ao barulho que se propagará rapidamente por diferentes camadas de água e a distancias consideráveis.



Contrariando outros artificiais que tendem quando bem trabalhados a imitar peixes em acção de natação normais ou em fuga , as amostras de superfície tentam imitar peixes em apuros, debilitados não deixa de ser verdade que imitam igualmente peixes em fuga mas o wtd com o seu movimento errático é por excelencia a imitação de um peixe debilitado, desorientado ou seja pronto a ser atacado


Condições de mar:

Esta técnica exige mares pouco formados o máximo de ondulação será de 1,5 metros( para os pesqueiros que frequento), pode-se utilizar esta técnica com sucesso em águas abertas e um pouco tapadas. Com águas grossas as capturas não serão impossíveis mas as nossas hipóteses de sucesso diminuem drasticamente mas existem excepções que falarei um pouco mais à frente.

Pesqueiros:

Podemos ter sucesso em pesqueiros com meio metro de água como igualmente em pesqueiros com 15 metros de profundidade, a minha preferencia cai sobre pesqueiros com cabeços rochosos submersos com canais fundos entre eles. Tenho que realçar que as praias circundantes à foz de rios de médio e grande caudal são locais excelentes por natureza para a pesca de robalo mas nesta altura do ano os robalos tendem a frequentar mais estas zonas , existem as condicionantes climatéricas mas regra geral em anos normais com o aquecimento da água e seguindo o movimentos dos cardumes de espécies alvo a partir de Maio os robalos inclusive vão entrar nos estuários perseguindo as presas, não sendo raro ver os seus ataques massivos às mesmas, se muitas vezes nestes locais grande parte das movimentações que vemos serão cardumes de juvenis atacando cardumes de sardinha pequena por outro lado chegará a altura dos grande exemplares atacarem tainhas.

Temperatura da água:

Ando a tentar fazer um estudo sobre as capturas com este tipo de amostras cruzando a informação com a temperatura da água, ainda não tenho uma relação causa efeito completamente estabelecida mas acredito que a pesca com amostras que trabalhem exclusivamente acima da superfície são mais efectivas com a temperatura de água do mar acima do 15 graus.

Cana:

A minha preferencia serão canas de 3 metros com cw entre as 15gr e as 40 gr , entanto temos que adaptar o material ao pesqueiro que frequentamos. Este é um assunto que varia muito de pescador para pescador , há quem goste de canas de 3.30mt, outros de 2.70. Aqui manda a sensibilidade de cada um , continuo ser da opinião que o que manda é o pesqueiro e o pescador terá que se adaptar ao pesqueiro que frequenta.

Linha:

Aqui só queria deixar um apontamento que de certeza não será consensual, eu pesco sempre com terminal de ponta a fazer a ligação entre o multifilamento e o monofilamento, a meu ver o fluocarbono nem sempre é fundamental quando pescamos à superfície. Como muitos já sabem o indice de refração da luz do fuorcarbono ronda o 1.42 sendo o da água 1.3 , só retiramos todas as potencialidades do fluorcarbono quando o usamos em amostras que trabalhem abaixo da superfície, só utilizo fluorcarbono porque existem amostras de superfície que penetram a superfície da mesma, Se vão pescar com artificiais que não penetrem a superficie não vale a pena gastarem $ em fluorcarbono.

As amostras:

A grande paixão dos pescadores de spinning , que amostra a utilizar? Uma grande certeza: Não há amostras infalíveis se assim fosse já não havia robalos na costa: A seguir seguem as várias famílias destas amostras, em alguns casos refiro-me a amostras que não trabalham à superfície não podendo ser consideradas amostras de superfície , faço este apontamento porque não quero gerar más interpretações e penso que assim a informação ficará mais correcta.



Amostras de superficie que não penetram a primeira camada de água: São aquelas que não penetram a superfície. Todo o movimento das mesmas é efectuado acima da mesma.


Amostras de superficie que penetram a água : São amostras que podem penetrar a superfície consoante a posição da cana se usarmos a cana em acção de pesca perpendicular ao nosso corpo ou com a ponteira direcionada ao nivel do chão elas penetram a água( raramente mais que 20cm) se usarmos a cana num plano quase paralelo ao nosso corpo elas trabalham à superfície. Existem nesta família amostras sinking



POPPERS: Amostras que por norma dão grandes exemplares, a movimentação de água que fazem com a concavidade na sua boca tem a vantagem de atrair os robalos mesmo que eles se encontrem a vários metros de distancia.

Amostras de Hélices Amostras que possuem helices, não são muito utilizadas no mar, penso que os pescadores portugueses ainda não descobriram todas as suas vantagens, movimentam muita água, são barulhentas, amostras que aconselho todos a experimentar.



Amostras pencil bait: Por norma grandes lançadoras, as mais comuns são amostras que são sinking
Com ratling ou sem ratling:
Sou um defensor do ratling, uso e abuso dele provavelmente mais do que devia, por vezes faz a diferença quando o peixe está disperso ou a agua mais tapada no entanto em águas mais abertas e com mais pressão de pesca amostras sem ratling muitas das vezes podem fazer a diferença.

Proximamente irei abordar as particularidades de certas amostras assim como a utilização de algumas destas amostras como teaser.

sábado, 9 de maio de 2009

Super Spook no spinning de costa



Super Spook ,


Com as águas a aquecerem começa a chegar a altura de usarmos e abusarmos das amostras de superfície.
Futuramente irei abordar algumas técnicas e amostras para a pesca à superfície, hoje apenas quero deixar aqui a minha opinião sobre uma amostra intemporal a Super Spook, a descendente da famosa zara spook ,existe um sem número de amostras de superfície e com o actual mercado de artificiais a lançar cada mais novos modelos achei por bem começar este tema com a amostra com a melhor relação preço/qualidade para este tipo de técnica que eu conheço.

Com 23 gramas e 12.7 cm é uma amostra com um corpo quase cilíndrico, um charuto como muitos pescadores a apelidam mas de uma eficácia notável, um artificial que já me deu muitas e grandes alegrias.
Existem no mercado várias cores disponíveis, infelizmente no mercado naciona não conheço quem comercialize todas as cores da colecção algumas temos que recorrer ás compras online.
São artificiais resistentes ao atrito e choques diversos, tanto na estrutura como na pintura, por vezes em alguns artificiais acontece uma má vedação no orifício por onde sai o olhal que sustenta a fateixa traseira, deixa entrar água com que faz que a esfera traseira enferruje, desequilibrando a amostra e alterando a sua cor, convêm aplicar umas gotas de cianocrilato que serve perfeitamente para fazer a vedação.
Existem versões equipadas com anzóis e argolas água doce, obrigatoriamente a serem trocados por números superiores e mais resistentes ao meio marítimo.
Se esta amostra está no meu top five de amostras para a superfície por outro lado é a minha recordista absoluta para peixes desferrados, já pensei, experimentei e repensei nesta situação, não a consigo entender, poderá ser do corpo cilíndrico.infelizmente não o consigo explicar mas haverá uma explicação porque não sou grande adepto das coincidências mas ainda não encontrei uma que em que eu ficasse completamente convencido.
Então já fiz várias experiências:

Colocar um triplo mais pesado na parte traseira da amostra
Retirar o triplo dianteiro
Retirar o triplo centra
Variei de fateixas, entre o número 2 standard e 4
Coloquei fateixas com uma haste mais comprida
Coloquei fateixas com uma maior amplitude de abertura

Conclusão:

Consegui minimizar o número de peixes desferrados com 2 sistemas diferentes:

Sistema 1)

Fateixa dianteira St41 nº 4
Fateixa central St41 nº 2
Fateixa traseira St 41 n 2

Vantagens

Se o peixe atacar lateralmente a amostra a maior amplitude das fateixas ferra o peixe com mais eficácia

desvantagens:

A ultima fateixa e a central prendem entre si muitas vezes
Lançamentos mais curtos



Sistema 2)

Fateixa dianteira vmc nº 2
Fateixa central vmc nº 2
Fateixa traseira vmc n 2

Vantagens

Se o peixe ataca a amostra de cima para baixo ou obliquamente à mesma o maior comprimento da haste ferra melhor o peixe
O peso e comprimento destas fateixas provoca lançamento mais longos

desvantagens:

A amostra faz um wtd mais pesado, temos uma sensação de menor leveza no deslizamento da mesma ao efectuar o habitual wtd, temos que fazer uma animação mais rápida para o artificial não perder cadencia no wtd.


Actualmente pesco com estas duas montagens mas de longe a minhas preferência recai pelo sistema 2. Mesmo assim não estou satisfeito , penso que a solução ideal passaria por uns triplos nº3 com uma larga amplitude de abertura dos anzóis, seguirei a tentar descobrir uma solução que me satisfaça a 100%

Talvez o maior segredo desta amostra é a sua simplicidade, um enorme flutuabilidade associado a cores simples e um ratling médio fizeram desta amostra uma excelente caçadora de robalos.


Quem nunca experimentou, experimente





Exemplar capturado com uma Super Spook