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quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Shimano FireBlood 2016 primeiras impressões



A primeira versão da FireBlood na sua versão 3mt mh   provavelmente foi a cana que mais me encantou até à data de hoje , a sua capacidade de lançamento e potencia com peixes grandes é algo que ainda agora me surpreende.
 Pesquei com ela centenas de vezes , sem grandes mimos ou atenções nunca apresentou problemas aos piores tratamentos que lhe dei ainda hoje é uma cana que uso frequentemente.
Com a evolução de outras marcas o factor leveza fez-me adquirir outras canas para enfrentar as situações e ambientes onde usava a FireBlood.
Quem me conhece pessoalmente sabe que na minha opinião era a cana ideal para pescar com jerks e vinis aos robalos da forma como eu pesco e nos sitios onde gosto de pescar mas também sempre disse que um blank semelhante em uma cana mais leve seria a minha cana ideal, reduzir o peso do cabo ou alterar passadores era o que tinha que ser feito.

Era com elevada expectativa que esperava uma nova versão, versão essa que penso que tardou tempo a mais a ser lançada, pelo meio a shimano lançou a Seabass mas com características diferentes da FB e não podia ser considerada uma evolução da mesma.

Foi recentemente lançada a nova versão e depois de a experimentar não tenho duvida alguma que estamos na presença de uma das melhores canas de spinning para robalos da actualidade.

À  versão 2.99 MH com um Cw de 10-42 gramas  foram retiradas 45 gramas o que torna a cana  18% mais leve, essa diminuição foi conseguida através de um primeiro elemento com menos evia e muito mais ergonómico que a primeira versão, os passadores também passaram a ser K Fuji

A qualidade da cana é notória quando fazemos lançamentos com diferentes gramagens , tanto responde às 15 gramas como às 40 gramas e em acção de combate com os peixes tem uma reserva de potencia em tudo similar à versão anterior.

A nova versão não vem equipada com os pesos extra para calibragem da cana que no caso da primeira se  revelavam  necessários para alguns carretos que existiam na altura mas com o peso dos carretos a diminuiriam nos últimos anos era óbvio que esse pormenor era desnecessário.
 Esta versão também não é numerada, um preciosismo que não passa disso mas que até apreciava na primeira versão.

A evolução natural será a Shimano lançar uma cana com passadores em carbono e penso que será o próximo passo que aguardarei com expectativa.

Agora é mandar uns plasticos para o mar para tentar conseguir igualar as alegrias que a primeira me deu.











sábado, 20 de agosto de 2016

O dia seguinte ao anterior



O grande problema da pesca é que quando começamos a compreender um pouco da mesma já nunca mais conseguimos viver sem ela...

Como alguns sabem perdi um companheiro de pesca, mais do que um companheiro um amigo, algo que me vai atormentando todos os dias ou quase.

Não parei de pescar, penso que só o farei quando for impossibilitado pela doença ou pelas surpresas que a vida nos trás.

Em boa verdade os anos vão passando e algumas referencias nossas na pesca como na vida vão partindo para outros pesqueiros, para outros momentos..

Na realidade  o prazer que a pesca me dá ao longo do tempo viveu momentos distintos, existe aquela eterna obsessão de ver o mar a arranjar-se e sair disparado de casa para mandar uns plasticos para água na cíclica esperança de ferrar um peixe, mas os prazeres são distintos e vão se refinando com o passar das luas..

Há dias que saio para pescar para apanhar peixe, porque tenho a certeza quase inequívoca que os elementos da equação estão perfeitos para enganar os peixes,,
  Outros saio para inventar, não lhe chamarei fazer diferente, prefiro pensar que é ver primeiro mesmo quando alguém do outro lado do mundo já o viu primeiro do que eu..

Há  momentos que  o que me dá prazer é apanhar peixes com amostras diferentes, mesmo que no inicio as mesmas nem tinham sido projectadas para os robalos.

Sempre que vou pescar quero apanhar peixe, uns dias quero-o fazer com as equações que o tempo me deu em outros quero fazer desigual..

Na realidade continuo obcecado pela pesca mas a minha obsessão não são apenas os peixes, é como chegamos a eles..tenho objectivos na pesca, o que não deixa de ser uma afirmação curiosa, inevitavelmente passam por apanhar um peixe de x KG com determinada técnica ou em determinado cenário e mesmo quando penso que a seguir não vem outro a minha mente lembra-se de semear uma nova ideia que rapidamente se torna no objectivo a alcançar..

Por isso é que não tenho amostras preferidas, nem infalíveis e muito menos secretas, provavelmente se tivesse menos amostras era menos falível na pesca..

Voltando ao segundo paragrafo desta entrada o desaparecimento do Filipe coincidiu com uma vontade de mudar de ar, oxigenar, ao invés de ir pescar para a porta de casa decidi fazer-me à estrada e fui procurar novas equações, sair do matrix como diz um amigo meu..

Necessitava desse novo ciclo , de não saber onde o peixe come e os pontos de água.. de descobrir..

São raros os dias que não tenho saudades das longas conversas sobre pesca, mas a vida segue em frente, já seguiu...Começou no dia seguinte ao anterior e assim continuará..

Por ser o primeiro post após a sua partida esta foto é para ti amigo,

Continuarei de quando em vez como  sabes  na pesca a  olhar  para cima para falar contigo e discutir como vamos enganar um peixe..

Porque o que interessa é o dia seguinte ao anterior..



 


sábado, 20 de fevereiro de 2016

Até já Lipinho...



Começo a escrever este texto sem saber do teu destino, sem saber onde te encontras, o final já o sabemos…apenas ninguém o quer crer, eu pelo menos não, da esperança se passa à sensação de pesadelo aos poucos, nos entretantos somos assolados com pensamentos que é tudo irreal, que não...isto não está a acontecer, acontece aos outros, aos nossos não, aos amigos não.

Na minha realidade não sei como lidar com o adeus, não sei ver partir, se calhar é por isso que me sentei na secretária e decidi começar a escrever este texto, nem sei bem se é um desabafo ou uma homenagem, não sei se é para conter as lágrimas ou para honrar a tua pessoa, eu acredito que sejam as duas.

Sei que o mar te engoliu, é a expressão que mais vezes me assalta o pensamento, o mar engoliu o meu amigo… Como já o fez a muitos outros só que este é meu amigo, pescava com ele, brincava com ele, desabafava…

Se há uma certeza nesta vida é que o barqueiro vem buscar todos, não escapará ninguém, os bons ou os maus, mais novos ou mais velhos.
Não entendo como o Barqueiro escolhe as pessoas, desconheço o critério mas acho que era cedo de mais para ti, pela idade mas acima de tudo pela força que trazias contigo, a força de seres feliz, a garra de querer o melhor para os teus nem que para isso tivesses que mover montanhas….

Há várias imagens que tenho tuas que prefiro guarda-las para mim porque as palavras nunca iriam fazer juz a esses momentos, a essas imagens..

Sei que o mar te engoliu e não o merecias.

Que tenhas a paz que mereces. Passaram semanas desde que comecei a escrever este texto e o tento terminar, gostava de te honrar com um texto à altura da pessoa que és mas até as palavras saem a conta gotas, sufocadas pela tua imagem.

No fim e agora sei que para mim foi uma honra que as nossas vidas se cruzassem..

Deixo uma imagem tua a dares liberdade ao fazeres aquilo que mais te libertava:pescar..


Que tenhas paz onde estiveres.