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sábado, 22 de março de 2014

Defeso Natural?



E como fica a teoria do defeso natural..?

Já por aqui escrevi algumas linhas sobre o defeso e a desova dos robalos, os picos da desova nas zonas que frequento ocorre entre Janeiro e Fevereiro.
 O fim de 2013 e os dois primeiros meses de 2014 foram pautados por intempéries vários, com mares muito agrestes o que praticamente não permitiu a pesca lúdica e profissional durante esse período.
É comum ouvir que essas condicionantes que mãe Natureza nos brinda de quando em vez proporciona um defeso natural na altura da desova dos robalos.

Sem qualquer fundamentação cientifica ao longo dos anos sempre fui observando que dependendo das condições do mar a desova ocorria mais cedo ou mais tarde.

Na realidade já visionei picos da desova em vários meses, provavelmente Janeiro deve ter sido o mês em que mais picos se registaram.

De rigor cientifico o que afirmo nada tem, porque a única argumentação é pouco vinculada a números e variantes , o que mais facilmente constato são as capturas de peixes ovados,  por existirem menos ou mais capturas nada me garante que estejam a ocorrer picos de desova, agora o que é indesmentível é que se em Janeiro e Fevereiro tivessem sido meses com condições de mar normais para o período em causa em Março não estariam a existir tantas capturadas de peixes ovados..

Por norma em Março é tipicamente um período de pós desova dos robalos, com capturas escassas e os peixes maiores por norma encontram-se fracos e magros.

Penso que os robalos também têm que ter reunidas algumas condições para desovar e não me parece que mares com grandes ondulações e correntes fortíssimas proporcionem o ambiente ideal..

Por isso a teoria do defeso natural nunca me convenceu, existe um defeso porque ninguém consegue pescar mas daí a garantirmos que existiu uma desova não me parece ser o cenário real.

Mediante as condições os robalos protelam a desova..

Este Março aparentemente constata isso, os primeiros mares que  eram pescáveis eu não fui pescar, continuei a divertir-me com as trutas ,que este ano, principalmente as mariscas têm dado muitas alegrias mas a saudade da maresia apertou e fui fazer umas pescas aos robalos.

No primeiro dia que fui pescar de manhã  penso que fiz o mais difícil que foi não apanhar um robalo! Vi variadíssimas capturas e soube de inúmeras, na maré da tarde e nos dias seguintes a história já foi diferente, foram dias com muito peixe, para mim e para vários pescadores, em larga escala o peixe estava ovado, algo pouco comum para  a segunda quinzena de Março.


Tenho amigos em vários locais de Portugal, na realidade de Aveiro até à Galiza o peixe apareceu em força, nuns locais mais, noutros menos como é habitual mas o factor comum era que o peixe estava ovado, ou pelo menos grande parte das capturas..

Acho mesmo que o mais difícil seria não apanhar um peixe grande nos dias que se seguiram aos três meses de intempérie que passaram, existisse mais tempo para pescar porque o peixe não faltou..

Agora sim parece-me que vamos entrar na pós desova…

Muito honestamente estas pescas não me encantam ou realizam a 100%, apanhar peixes grandes ou fazer marés engraçadas no período da desova é banal, de Abril até finais de Outubro o encanto é diferente, os peixes grandes não andam tão acardumados e a luta dos mesmos não é comparável com um peixe ovado..

Um peixe de 6 ou 7 kg ovado não é o mesmo que um peixe do mesmo peso em Agosto, pelas mais variadas razões..

Durante uns tempos vou brincar novamente com as trutas..

Boas pescas a todos