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quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Breaking the surface

Algumas imagens podiam ser no Lima ou no Minho,mas não... São do Canadá.. Grande, enorme trailer de uma das minhas marcas predilectas, tem cada "toma" na superfície que se torna arrepiante. Tirem o chapéu e curvem-se perante o rei dos peixes, depois sentem-se, relaxem e apreciem:


 
Breaking the surface :: Loop Tackle Design from Loop Tackle on Vimeo.

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Estado on



Para muitos resulta difícil tentar imaginar a pesca sem canas de compósitos de carbono,
linhas multifilares ou a ultima novidade em amostras japonesas. Para outros será
praticamente impossível planear pescas sem sites de previsões meteorológicas como o
windguru..
Na realidade não é preciso recuar muitos anos para nos encontrarmos na situação em
que não existiam esses materiais para pescar, e olhávamos o mar com a incógnita de
como o iríamos encontrar no dia seguinte.
 Tive a oportunidade de viver essa fase de transição, das sportex ao mais recente
carbono , dos Sofi aos Stellas , da linha Araty ou bayer aos mais avançados
fluocarbonos..

Assisti a uma grande evolução de materiais , vagarosamente entraram  para de
seguida assistir a uma brutal massificação dos mesmos … e a evolução continua , se
assistiremos a outro salto tecnológico em tão curto tempo só o futuro o dirá..
As distâncias ficaram mais curtas, o próprio mundo também, a Internet revolucionou
o mundo, encurtou o tempo de circulação de informação, é agora o palco de tudo, um
mundo virtual com estranhas ligações para o exterior, para o verdadeiro: aquele em que
se olha nos olhos de um amigo ou sente-se o peso da experiência numa pele enrugada.

 Cada um de nós sente a pesca de maneira diferente, assim o é em todos os aspectos da
vida, há pescadores para todos os tipos, do vulgar contador de historias pouco prováveis
ao mais humilde dos praticantes.

Quando comecei a pescar as coisas eram mais simples, as pessoas pescavam porque
gostavam ou necessitavam, tinham uma cana e um carreto e o mesmo já era um grande
investimento. Agora temos várias canas e carretos e continuamos à espera da próxima
novidade, daquele carreto mais leve ou de um artificial realista.
 Também me lembro que quando comecei a pescar os pescadores já diziam que
antigamente é que dava muito peixe, curiosamente essa expressão é muito utilizada
ainda no presente, na pesca e mais uma vez repito como na vida há coisas que nunca
mudam, tal como algumas pessoas.

 Muito honestamente afastei-me da Internet pelas mais variadas razões uma dela
era que começava a ficar com reminiscências de misantropismo sobre uma parte de
pescadores que vagueavam pela Internet , tantas as incongruências próprias de quem
quer mas não pode que cansaram a alma, decidi desligar a 100% do meio
cibernauta
Nos últimos meses efectuei um reset a muita coisa e o misantropismo começou a dar
origem a várias gargalhadas, voltei a caminhar por onde já fui muito feliz, em sítios
onde não há cinzentos, há o preto ou branco, a sinceridade ou a mentira na resposta que
já conhecemos de outros tempos, sem duvida que prefiro o mundo real por mais cru
que por vezes só ele pode ser, a Internet facilita a comunicação , abrange um leque mais
amplo de pessoas e em dois cliques comunicámos com alguém do outro lado do mundo
com outras experiências e vivências mas no final é na areia e em cima das pedras que
tudo se funde e resolve..

O robalosnaalma não é um blogue de massas, escrevo sobre o que quero, quando assim
o entendo e partilho muitas das vezes nos espaços que vagueiam entre as palavras e nas
ligações de posts que por vezes parecem não ter encadeamento ou uma simples ligação.
Não é um blogue de massas porque não perco tempo em publicitar o blogue, não
sigo outros blogues com o único intuito de conseguir links de escala ou escrevo
comentários para estabeler ligações para este.
 Não preciso de ser o melhor, nem o mais visto ou mais falado, sigo os blogues que algo
me dizem e por aí me fico.
Bem sei que não agrado a todos, ainda bem que assim o é porque eu também não gosto todos os seres humanos que conheço , respeitar sim, gostar ou apreciar são coisas bem distintas..

Não escrevo por escrever, quem por aqui passava apenas para saber se algumas capturas
se iam realizando desiludiram-se, as fotos aqui colocadas tem um grande desfasamento
temporal entre as capturas e a sua publicação, também não faço questão de fazer
grandes zooms nas fotos para fazer crer que um peixe de 600 gramas tem 2 kg , são
técnicas já do tempo de outra senhora que a mim nada dizem..
Preocupo-me apenas em colocar fotos de peixes que tente dignificar os mesmos dentro
das possibilidades, um animal morto em qualquer das circunstanciais de digno nada
tem.

 Tenho a mais pura das certezas que há imensos pescadores que são melhores que eu ,
da mesma forma que sinto que igualmente existem muitos que tecnicamente serão
inferiores mas não admito que exista alguém que diga que tem uma paixão maior que
a minha pela pesca, pela água , se eu fosse pescar apenas pelo facto de pescar peixe há
muito que já não pescava..

A vida tem que ser um constante desafio, um renovar de objectivos, da capacidade de
sonhar, uma perpetua vontade de derrubar barreiras sendo que o mais importante não
é chegar ao fim de um caminho mas sentir que o caminho é infinito e não ter vergonha
da maneira que se caminha , na mais simples das duvidas encontram-se as maiores
respostas a segredos e obstáculos.

Uma das coisas que mais prezo é a liberdade de pensamento sobre o que aqui escrevo,
não sou patrocinado por ninguém, não tenho qualquer tipo de ligação a nenhuma marca,
dá-me igual se falam bem de marca x ou y… , não ganho um euro de nenhuma marca
e no meu futuro próximo não está nos meus horizontes ter qualquer tipo de ligação
ou parceria com a industria da pesca desportiva, mesmo quando escrevia artigos para
alguma imprensa especializada uma das condições que exigia era que nas páginas dos
artigos não poderia aparecer qualquer tipo de publicidade de marcas, não quero nem
queria o meu nome ligado a nenhuma , a minha vida profissional é distante da pesca
desportiva, ter um blogue para ser um canal de influencias de vendas deixo para outros.
Não posso de maneira nenhuma repudiar quem é patrocinado, cada um sabe o que quer
para si ou necessita, se um dia eu fosse patrocinado também vos garantia que deixaria
uma mensagem de esclarecimento como já vi num blogue de Espanha , chama-se a isso
transparência…



Na pesca tenho momentos antagónicos, se umas vezes dou comigo a cruzar tanta
informação para encontrar uma explicação ou um simples padrão em outros limito-me a
ir pescar e de ambas as maneiras sou feliz porque no inicio ou no fim a pesca é simples:
Um pescador e a sua vontade de capturar peixe e para o conseguir a resposta é
tremendamente fácil:
Estar no sítio certo, à hora certa a pescar da maneira ideal ou mais eficaz.
Tudo o resto são as improbabilidades ou probabilidades a funcionar, um exercício
simples é pensar que quem for mais vezes à pesca e mais tempo pescar, mais peixes irá
apanhar.
Mas na realidade há pescadores que vão menos vezes à pesca e apanham mais peixe que
muitos outros que passam o dia nos pesqueiros, como isso acontece?
Estar no sitio certo, à hora certa a pescar da maneira ideal ou mais eficaz.
 A pesca ainda tem alguns segredos mas tudo se resume a :
Estar no sitio certo, à hora certa a pescar da maneira ideal ou mais eficaz.

Acho engraçados pensarem que ainda há amostras secretas, daquelas que apanham
peixe em todas as situações.
 Não, não há, se assim fosse já não havia peixe para capturar e para algumas pessoas
que pensavam que não escrevia sobre amostras em particular porque teria amostras
secretas, que lançavam 100 metros e disparavam relâmpagos no ar, desenganem-se.
 Não escrevia porque não queria influenciar ninguém na compra de algo ou muito
menos que alguém pensasse:

“ Olha mais um a ver se convence mais gente a comprar amostras da marca x”

E nesta nova etapa é algo que irei falar também, se dou a opinião sobre algo concreto a
quem me pergunta, porque razão não o faria aqui também?

Nos processos mais simples encontrámos as maiores alegrias , e por vezes os
pescadores de spinning têm a tendência a ligar o complicador e uma das análises que fiz
ao longo dos tempos foi essa mesmo, nos momentos em que ligo o complicador são os
períodos em que menos peixe apanho, na certeza porém que foi o complicador que me
abriu a porta a muitas situações , a novas perspectivas e abordagens..

 Como na vida o segredo está no equilíbrio e ter presente que aprendemos com todos, é
no mais simples dos comentários que encontrámos a resposta que tantos procurámos,
 Por saber que o caminho é infinito este espaço encontra-se oficialmente em estado on.

Até já e boas pescas.


sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Contra todas as probabilidades, robalo de 9,170kg




Há quem acredite nas coincidências ou num destino pré definido. 
Por norma tento encontrar explicação nos acontecimentos ou na sua interligação, explicar aquilo em que não acreditámos é um exercício bem mais difícil, pelo menos assim o é para mim. 
Na prática todas as decisões que tomámos ao longo da vida têm a sua influência no futuro, às vezes com consequências imprevisíveis condicionadas por pequenas decisões. 

Na pesca assim o é também, estar na altura certa e no lugar certo por vezes pode ser um exercício matemático de probabilidades mas há momentos que todas as probabilidades podem ser derrotadas ou em que simplesmente o improvável acontece. 

Com muito prazer que me identifico com a pesca, sempre assim o foi desde que me recordo de ter memória. 
A pesca esteve comigo desde sempre e eu sempre estive com a pesca, tive a felicidade de viver momentos inesquecíveis a pescar em criança, adolescente e já em adulto, não se pode viver do passado mas é igualmente impossível viver sem recordar o mesmo, penso que vivi na pesca dia após dia com objectivos diferentes, à distancia do tempo penso que consegui atingir todos os objectivos a que me propus, ao longo dos últimos anos acho que desfruto da pesca na sua plenitude, já não me preocupava em apanhar peixes grandes ou tentar descobrir aquele segredo guardado a sete chaves por alguém, já à muito que deixei de acreditar em amostras ou técnicas infalíveis, a idade acabou por fazer o seu trabalho. 

 Falando de robalos faz já muitos anos que tinha batido a barreira dos 8 kg num fim de tarde na foz do Douro algo que por aqui já escrevi. 
 Em média no fim de um ano devo pescar entre 3 a 4 vezes por semana, depois dessa tarde nunca mais bati essa barreira, fiz pescas brutais, apanhei peixes grandes, a barreira dos 6 e7 kg bati várias vezes, a partir dos 8 nunca mais, imaginem o numero de vezes que já pesquei depois disso, penso sinceramente que depois desse dia ferrei 2 peixes que podiam bater esse peso, perdi os dois. 

Voltando atrás no texto, coincidência ou não nesse fim de tarde que apanhei o peixe peguei na cana para fazer tempo para o Jantar que por sinal até ia ser uma reunião familiar como agora ainda o fazemos semanalmente, nesse final de tarde apanhei esse peixe e mais três, todos eles excelentes peixes, um peixe acima dos 6 e dois entre os 3 e os 4 kg., dificilmente esquecerei esse dia porque foi o dia em que capturei o meu maior robalo mas também porque foi uma coincidência ter ido pescar, não tinha nada planeado e nem sequer a maré era das mais indicadas para aquele local, lá estão as probabilidades a enganar ou apenas o improvável a acontecer. 

Sempre tentei ser o mais racional possível na pesca (retirando a parte das aquisições das amostras), sempre gostei de ir preparado para diversos cenários no entanto existiram pescas atípicas e sem qualquer tipo de condições e planeamento que me fizeram crer ao longo dos anos que na pesca basta ir pescar, concordo que há padrões, existem factores, condicionantes, muitos já abordei por aqui e penso que temos que padronizar as nossas pescas para aumentar as capturas, saber o porquê das grades e das capturas é importante em pescas futuras mas esquecemos sempre o improvável. 

No mês de Dezembro por norma pouco pesco, por razões que nem sequer são pertinentes para este texto, mas as vezes que vou pescar são mesmo muito reduzidas. 

O mar há vários dias que não tinha condições para pescar, observava-o diariamente e poderia existir uma pequena janela para pescar numa quarta-feira pelas previsões do Windguru, essa bela ferramenta que tantas vezes nos engana. 
A Quarta feira chegou e de manhã como habitual fui ver o mar, bem… nada de especial e muito forte ainda, a janela prevista estava para depois do almoço, na véspera tinha comentado com dois amigos que ia lá pescar uma hora mas a vontade já não era muita depois do que tinha visto pela manhã. 

Depois do almoço, pego na cana e carreto e começo o ritual da escolha das amostras amostras, só que a meio desisti, decidi levar a cana, o carreto, uma caixa com zagaias e meia dúzia de vinis tudo dentro de uma mochila estanque, decidi ir pescar de waders algo também que raramente vou fazendo. A motivação estava em baixo, aquelas condições não me despertavam confiança. 

 Ao sair de casa ligo ao Valadas a perguntar onde andava, estava num pesqueiro mas o mesmo não tinha condições e decidimos encontrarmo-nos noutro, quando já cheguei lá estava ele a fazer o seu famoso nó, enquanto ele tratava do terminal fui ver o pesqueiro e com aquele vento e sem água naqueles caneiros a sorte parecia que não ia ser muita. 
Combinámos então ir ver um outro e nesse as condições eram melhores só que o vento era insuportável, lembro-me de estar a vestir o wader e a pensar “ que perca de tempo, devia ter era juízo”. 

Lá fomos os dois e retirando o vento o mar até estava com algumas condições, pescável mas no limite, um caneiro, dois caneiros e nada, na verdade sinceramente não esperava capturar nada. 

O Valadas a determinada altura pescava com uma Saltiga e exaltava as qualidades da mesma, eu continuava com uma zagaia a lançar em leque, lembro-me de ter trocado o atrelado da mesma duas vezes, falávamos do pesqueiro e dos peixes que já se perdeu devido à dificuldade do mesmo, muitas pedras e para complicar pescámos a cerca de 2/3 metros da água. 
  Até que o improvável acontece: ferro um peixe e o que acontece a seguir as palavras serão sempre escassas para retratar: 

Ferro o peixe e a cana dobra automaticamente como se de uma mola se tratasse, o peixe inesperadamente não leva linha, sobe à superfície, chega à superfície debate-se com força e começa um corrida para o fundo, lembro-me de estar com o peixe e de ouvir o Valadas a comentar que quando o peixe bateu na superfície pensou que fosse a onda a bater num floreado rochoso meio submerso que lá tem, o peixe pedia linha e linha ele teve, a girar a manivela ao contrário pensava como haveria de tirar o peixe da água. 

O mais difícil estava para vir, porque naquele ponto de maré não conseguíamos chegar à linha de água para cobrar o peixe, sabia que não podia encostar o peixe às pedras sem saber em que sitio o tinha que fazer, a única hipótese era segurar o peixe fora e pensar como o cobrar, o problema é que esta não é daquelas situações que nos podemos sentar e pensar como fazer, ou tomámos decisões rapidamente ou adeus peixe. 

O Valadas e bem dizia para segurar o peixe fora, só que pescávamos paralelos à rebentação com a agravante que tinha pedras pela minha direita e esquerda, todas altas, o peixe para ser cobrado tinha que ser pelo sitio onde nos encontrávamos além de ainda não saber onde iria encalhar o peixe o mesmo lutava e com a rebentação a empurrar o peixe no sentido das pedras à minha direita. 
 Tentei descer a pedra pela esquerda, o Valadas dizia que por aquele sitio não ia dar e tinha razão, voltei a subir e olhando para a direita descubro uma pequena hipótese: descer a pedra onde me encontrava e saltar para outra, mesmo assim não chegava à agua, o salto não era difícil, o peixe já se encontrava cansado, o problema era a rebentação que teimava em arrastar o peixe para as pedras e sempre que vinha uma vaga tinha que forçar o peixe para ele não ser arrastado, só tinha que saltar e manter a linha em tensão, assim pensei e assim o fiz, mais próximo da água já estava, mas o metro que faltava pareciam 10 metros, o Valadas já me tinha seguido e foi graças a ele que surgiu a solução: A ideia seria arrastar o peixe por cima de uma pedra com a ajuda da vaga, quando a vaga passava a pedra enchia igualmente um buraco entre pedras, nesse buraco o Valadas conseguia chegar ao peixe, o único senão era que se não o conseguisse agarrar na primeira tentativa a água iria recuar  e o buraco ficaria sem água e o peixe iria acompanhar a descida da água, se isso acontecesse o mais certo seria perder o peixe. 
Era uma hipótese… Convenhamos que era a única possível, esperámos pela vaga certa e forcei o peixe com o material no limite quase a ceder à rebentação, arrasto o peixe por cima da pedra e assim que o peixe cai no buraco o Valadas consegue agarrar o peixe pela guelra. 

Foram dez minutos de adrenalina ao máximo com algumas gargalhadas pelo meio, sabia que era um peixe grande mas só tive a real noção quando dei a mão ao Valadas para o puxar para cima e ele o colocou aos meus pés. 

Recordo muitos pormenores da captura mas dificilmente esquecerei a alegria que ambos sentíamos, lembro-me que ficamos durante uns breves segundos em silencio a olhar para o peixe e depois foi a explosão de alegria. 

O improvável aconteceu: condições péssimas para pescar, pesqueiro de dificuldade extrema e um robalo de 9.170 gramas, depois de tantos anos bati novamente a barreira dos 8 kg. 

Tenho a perfeita noção que um peixe deste tamanho não define um pescador, porque poderia pescar dia após dia e nunca encontrar um peixe desse calibre, tenho noção que o improvável, a sorte e o destino tiveram comigo nesse dia mas também teve o Valadas que sem ele era impossível cobrar aquele peixe, aliás tenho sérias duvidas que um pescador sozinho naquele local conseguisse cobrar o peixe. 


Para terminar quero dizer que são estes momentos que só os pescadores verdadeiramente apaixonados entendem, na memória ficará o peixe mas fica igualmente a alegria do genuína do Valadas com a captura, se levo muitos anos a pescar o Valadas ainda mais, e quando estamos presentes em alegria genuína tudo tem um sabor diferente, uma pureza que não merece ser manchada por palavras, ao Valadas o meu obrigado. 
Mais tarde apareceu outro amigo: o Pedro e depois o meu irmão com outro amigo o Marcos, e durante 30 minutos o peixe foi o Rei. 

Quem vai acompanhando o robalos na alma sabe que não faço relatos de pescarias com frequência, quando criei o blogue  necessitava de um espaço para colocar algumas ideias, eram quase inexistentes  os blogues de pesca no  Norte de Portugal, tentei durante anos ir mantendo este espaço com imparcialidade e completamente isento de marcas ou correntes de opinião do exterior, o relato de hoje é para partilhar uma das coisas mais puras que tenho: 

 O prazer de pescar, a alegria que tenho de saltar de pedra em pedra, de sentir o cheiro a maresia e de sonhar com os peixes, o momento em que deixar de sentir esse prazer ou ilusão a pesca perde o sentido, nunca criei este espaço para gáudio pessoal, o que me interessava partilhar era uma paixão.. 

Nunca me arrependi de nada na minha vida, este espaço também faz parte de uma etapa, é chegada a altura de me ausentar deste espaço, quando faço algo tenho que o fazer com gosto, paixão e dedicação, há alturas que os níveis de saturação atingem picos e é nessa fase que me encontro faz já largos meses, chegou a altura de oxigenar e perspectivar, desligar a ficha por vezes é importante e é o caminho que neste momento decidi. 

Voltarei ao robalos na alma isso vos posso garantir, se daqui a 2 meses ou daqui a dois anos não faço a mínima ideia, prometo que um dia voltarei aqui a escrever. 

A todos os que foram visitando e participando neste espaço o meu sincero agradecimento, graças a este espaço conheci pessoas fantásticas e só por isso já valeu a pena ter iniciado este espaço 

Pesquem e estimem esta paixão maravilhosa, continuem a perseguir os vossos objectivos e continuem a sonhar com peixes grandes, seguirei perseguindo os peixes, com a mesma ilusão de quando era um miúdo, no fundo pescar é sonhar e quando perdemos a capacidade se sonhar perdemos um pouco da nossa condição humana

Faço esse interregno com a mensagem que ainda há peixes grandes daqueles que aparecem nos nossos sonhos mesmo que por muito mais improvável que pareça vale a pena pescar, vale a pena continuar a sonhar..

A pesca é um destino que nos amarra, com sol ou à chuva , de noite ou de dia quando as probabilidades assim o entenderem encontrámo-nos numa praia,até um dia amigos, bem haja a todos..