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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Spinning com amostras de superficie




Agora que entrou a primavera e com os robalos na fase pós desova as nossas hipóteses de captura com amostras de superfície aumentam consideravelmente.

As amostras de superfície acompanham-me em todas as jornadas de pesca, já capturei peixe com elas em todas a estações do ano, em pesqueiros fundos ou baixos no entanto é chegada a altura em que elas podem revelar todas as suas potencialidades, é o momento de apostarmos mais neste tipo de artificial que provoca momentos espectaculares de pesca.

Os robalos depois de acabarem a desova tendem a ficar mais activos, o aumento da temperatura da água e a aproximação de peixes presa junto da costa são factores importantes e decisivos para tentar a pesca na superfície. Temos que ter presente que só em casos particulares um robalo quebra a superfície da água para se alimentar não pensem porem que isso diminui as nossas hipóteses de captura, apenas temos que saber explorar certas características dos nossos artificiais

Exceptuando casos em que vemos os robalos a atacar cardumes de sardinha, lingueirão ou tainhas muito dificilmente vemos uma ataque de um robalo à superfície isolado do contexto acima referido, não nos podemos é esquecer que muitas das vezes o robalo caça e bate território sob a superfície muitas das vezes em profundidades muito perto da mesma, quantos vezes se avista os robalos a navegar em patrulha?

Por isso com base no que falei poderíamos usar duas linhas de raciocínio:

Restringir esta técnica apenas quando virmos os robalos a caçar à superfície ou em acção de patrulha Utilizar esta técnica sempre que as condições do mar o permitirem

A segunda hipótese é a correcta porque só pontualmente é que vemos os robalos à caçarem na superfície e muitas das vezes se soubermos usar e explorar certas características das amostras conseguimos que o robalo ataque este tipo de artificiais

O que fará então o robalo atacar uma amostra de superfície?

na minha opinião a principal razão é o particular movimento das amostras o wtd ( Walking de dog) e no caso dos poppers e amostras de hélices a massa de água que conseguem movimentar chamando assim a atenção dos robalos através da movimentação da mesma aliada ao barulho que se propagará rapidamente por diferentes camadas de água e a distancias consideráveis.



Contrariando outros artificiais que tendem quando bem trabalhados a imitar peixes em acção de natação normais ou em fuga , as amostras de superfície tentam imitar peixes em apuros, debilitados não deixa de ser verdade que imitam igualmente peixes em fuga mas o wtd com o seu movimento errático é por excelencia a imitação de um peixe debilitado, desorientado ou seja pronto a ser atacado


Condições de mar:

Esta técnica exige mares pouco formados o máximo de ondulação será de 1,5 metros( para os pesqueiros que frequento), pode-se utilizar esta técnica com sucesso em águas abertas e um pouco tapadas. Com águas grossas as capturas não serão impossíveis mas as nossas hipóteses de sucesso diminuem drasticamente mas existem excepções que falarei um pouco mais à frente.

Pesqueiros:

Podemos ter sucesso em pesqueiros com meio metro de água como igualmente em pesqueiros com 15 metros de profundidade, a minha preferencia cai sobre pesqueiros com cabeços rochosos submersos com canais fundos entre eles. Tenho que realçar que as praias circundantes à foz de rios de médio e grande caudal são locais excelentes por natureza para a pesca de robalo mas nesta altura do ano os robalos tendem a frequentar mais estas zonas , existem as condicionantes climatéricas mas regra geral em anos normais com o aquecimento da água e seguindo o movimentos dos cardumes de espécies alvo a partir de Maio os robalos inclusive vão entrar nos estuários perseguindo as presas, não sendo raro ver os seus ataques massivos às mesmas, se muitas vezes nestes locais grande parte das movimentações que vemos serão cardumes de juvenis atacando cardumes de sardinha pequena por outro lado chegará a altura dos grande exemplares atacarem tainhas.

Temperatura da água:

Ando a tentar fazer um estudo sobre as capturas com este tipo de amostras cruzando a informação com a temperatura da água, ainda não tenho uma relação causa efeito completamente estabelecida mas acredito que a pesca com amostras que trabalhem exclusivamente acima da superfície são mais efectivas com a temperatura de água do mar acima do 15 graus.

Cana:

A minha preferencia serão canas de 3 metros com cw entre as 15gr e as 40 gr , entanto temos que adaptar o material ao pesqueiro que frequentamos. Este é um assunto que varia muito de pescador para pescador , há quem goste de canas de 3.30mt, outros de 2.70. Aqui manda a sensibilidade de cada um , continuo ser da opinião que o que manda é o pesqueiro e o pescador terá que se adaptar ao pesqueiro que frequenta.

Linha:

Aqui só queria deixar um apontamento que de certeza não será consensual, eu pesco sempre com terminal de ponta a fazer a ligação entre o multifilamento e o monofilamento, a meu ver o fluocarbono nem sempre é fundamental quando pescamos à superfície. Como muitos já sabem o indice de refração da luz do fuorcarbono ronda o 1.42 sendo o da água 1.3 , só retiramos todas as potencialidades do fluorcarbono quando o usamos em amostras que trabalhem abaixo da superfície, só utilizo fluorcarbono porque existem amostras de superfície que penetram a superfície da mesma, Se vão pescar com artificiais que não penetrem a superficie não vale a pena gastarem $ em fluorcarbono.

As amostras:

A grande paixão dos pescadores de spinning , que amostra a utilizar? Uma grande certeza: Não há amostras infalíveis se assim fosse já não havia robalos na costa: A seguir seguem as várias famílias destas amostras, em alguns casos refiro-me a amostras que não trabalham à superfície não podendo ser consideradas amostras de superfície , faço este apontamento porque não quero gerar más interpretações e penso que assim a informação ficará mais correcta.



Amostras de superficie que não penetram a primeira camada de água: São aquelas que não penetram a superfície. Todo o movimento das mesmas é efectuado acima da mesma.


Amostras de superficie que penetram a água : São amostras que podem penetrar a superfície consoante a posição da cana se usarmos a cana em acção de pesca perpendicular ao nosso corpo ou com a ponteira direcionada ao nivel do chão elas penetram a água( raramente mais que 20cm) se usarmos a cana num plano quase paralelo ao nosso corpo elas trabalham à superfície. Existem nesta família amostras sinking



POPPERS: Amostras que por norma dão grandes exemplares, a movimentação de água que fazem com a concavidade na sua boca tem a vantagem de atrair os robalos mesmo que eles se encontrem a vários metros de distancia.

Amostras de Hélices Amostras que possuem helices, não são muito utilizadas no mar, penso que os pescadores portugueses ainda não descobriram todas as suas vantagens, movimentam muita água, são barulhentas, amostras que aconselho todos a experimentar.



Amostras pencil bait: Por norma grandes lançadoras, as mais comuns são amostras que são sinking
Com ratling ou sem ratling:
Sou um defensor do ratling, uso e abuso dele provavelmente mais do que devia, por vezes faz a diferença quando o peixe está disperso ou a agua mais tapada no entanto em águas mais abertas e com mais pressão de pesca amostras sem ratling muitas das vezes podem fazer a diferença.

Proximamente irei abordar as particularidades de certas amostras assim como a utilização de algumas destas amostras como teaser.

7 comentários:

S. Ferreira disse...

Discordo contigo quando afirmas que logo a seguir à desova os peixes ficam muito activos. Dá-se precisamente o contrário. Durante um determinado período, o peixe fica debilitado após o esforço exercido. Só começam realmente e a alimentar-se em força um pouco mais tarde.;)

Um abraço.

Paulo Martins disse...

Boas Sérgio,

Não deixas escapar nada:) lol
Tens razão, expressei-me mal, apesar de os robalos não desovarem todos ao mesmo tempo, essa fase de inactividade aqui pelas minhas bandas ocorre quase sempre pelo mes de Março,existe de facto um grande abrandamento quase sempre a rondar um mes

Abraço
Paulo Martins

A. Barbosa disse...

Gostei do artigo Paulo. A abordagem técnica que procuras passar tem-me levado a seguir o teu blog com bastante interesse.

Deixa-me colocar uma questão sobre método ou estratégia de pesca.Vamos supôr que abordas um pesqueiro habitual onde tens condições para trabalhar passeantes por exemplo. A época do ano pode ser mesmo esta...Começas a explorar o pesqueiro "de cima para baixo" ou o inverso? Ou seja, inicias à superfície ou com jerkbaits por exemplo? Ou não tem regra, depende do dia e das variáveis mar, meteorologia, etc? (preferia que não fosse a última hipótese para encontrarmos um padrão... :D)

Abraco.

Paulo Martins disse...

Boas A.Barbosa,

Obrigado por apareceres por aqui..
Nesta altura do ano por norma começo sempre com amostras de superficie, só depois começo a tentar outras camadas de água, por norma na ausencia de resultados faço isto:

Amostras superficie ratling forte>Amostras superficie menos sonoras> Amostras superficie mais pequenas> jerks> e em certos casos vinis

Sou da opinião que as amostras de superficie mesmo quando não dão capturas funcionam como atractores de peixe para o pesqueiro..

Só mais um reparo pesco desta forma nesta altura do ano em pescas ao abrir do dia..De noite pesco diferente

Abraço

Abraço

Raúl Ribeiro disse...

Muito bom o que li, obrigado Paulo Martins.

Falar-vos-ei agora um pouco de como leio o Mar nesta época que decorre, meio da Primavera até ao início do Verão.

As premissas são as seguintes:
- Dias mais longos, águas a aquecerem e maior permanência nossa junto à costa;
- A cavala vem fazer um "grande favor" ao Robalo, porque ela em muito maior número encosta a petinga e o carapau;
- Surge assim um alimento tão nutritivo que é literalmente encurralado para a superfície e o nosso conhecido oportunista Labrax não se faz rogado;
- A cavala ataca impiedosamente os cardumes de comedoria e "tresmalha" algumas vitimas;
- Essas vítimas deambulam perdidas e as nossas amostras de superfície são uma cópia fiel no cenário....

Por tudo isto usem e abusem na superfície e primeira capa, sabendo nós sem a mínima dúvida que:

- Pensilbait´s afundantes dão sempre exemplares menores, por serem amostras rápidas e suscitarem o energético ímpeto dos Robalos mais jovens:
- Popper´s e passeantes são o alvo de predadores mais astutos e experientes que dizimam a vítima impiedosamente com um curto mas certeiro ataque.

Em 2008 a Maria Blues Code foi a amostra que mais peixe me deu, mas todos eles foram direitinhos para o local de onde vieram...
Por isso, aprendi e agora evito usa-la... apostando cada vez mais nas Z-Claw, Gunfish, Sammy, Hidro Pensil, Aile Magnet DB e por último nas Darter... mas não esqueçam o vinil pois deve entra agora na baila, sempre o Mar permita....

Grande abraço a todos vós.

Paulo Martins disse...

Boas Raul,

As blues code capturam peixes grandes, isso posso-te garantir sem margem de erro nenhum.

Abraço
Paulo Martins

A. Barbosa disse...

Só mais um reparo Raúl em jeito de pergunta: as Alie Magnet DB não são também elas "darters"? :D

Paulo, obrigado pela resposta! Mais para a frente voltarei a chatear-te sobre este tema, depois de meditar sobre a tua resposta e cruzar a tua com a minha estratégia (que é menos elaborada!).

Grande abraço