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sábado, 22 de fevereiro de 2014

Abertura da pesca às trutas 2014, o património de todos


Faltam poucos dias para um dos dias mais aguardados no seio de pescadores desportivos nacionais, a abertura da pesca às trutas!

Que dizer sobre o mesmo? O dia é sempre um dia especial, para mim é já uma tradição familiar de longos anos, não será com certeza o melhor dia de pesca mas é sempre diferente dos outros.

Na realidade a loucura já não é a mesma de outros tempos, essa fase já passou faz alguns anos, na verdade também cada vez são menos as trutas, as populações continuam a regredir a passos largos

Não deve ter existido peixe tão perseguido de  água doce em  Portugal como a truta, a sua pesca, histórias e peripécias são um património colectivo de várias gerações, é sem duvida o peixe rei de Portugal não desprezando o achigã que chegou mais tarde a Portugal.
E não é por coincidência que refiro a palavra património várias vezes, as trutas, a sua pesca, a sua história deve ser preservada a todo o custo, se o Estado nada faz por esse legado façamos nós, pesquem sem morte, preservem o futuro e os ecossistemas tão sensíveis e pequenos onde as mesmas habitam.



 Pouco faltará para o regime de águas concessionadas brilhar e imperar na maior parte dos rios, o Estado Português encontrou a solução ideal de se ilibar do seu papel como Entidade principal e reguladora das massas de água nacionais, a troco de meia dúzia de euros transmite e hipoteca a gestão a clubes e a associações de largos km de rios e albufeiras, há excelentes casos de concessões com muito trabalho e dedicação do concessionário mas em larga escala o  mais comum é encontrámos um feudalismo hidrográfico.

Como o livre acesso a águas que deviam ser de todos e para todos está condicionado cada vez mais os rios livres vão ficando desertos de peixe, apesar que em algumas águas concessionadas o cenário não é melhor.

Acalento a esperança que um dia esta mentalidade mude, a cada um de nós compete denunciar e responsabilizar as situações ilegais mas também compete a nós cada vez mais pescarmos em consciência e com a consciência que os recursos são finitos e cada vez mais estão severamente afectados pela influência do Homem.

Quem desejar efectuar pesca com morte penso que o deverá fazer em sítios concessionados, de preferência com trutas oriundas de repovoamento, ainda há rios com populações autócnes de trutas, qual o sentido de as matar e hipotecar definitivamente um património com um valor incalculável?

A minha linha de pensamento é simples, se eu não matar mais trutas haverão nos rios, façam as contas e pensem em escala e multipliquem as vossas capturas por centenas de pescadores..

 Por norma faço a abertura ao spinning , mais tarde dedico-me em exclusividade a pescar à pluma, não sou um purista nato, a minha única obsessão é que só pesco trutas com iscos artificiais, continua a ser o meu predador preferido e também o que menos vou falando por aqui.
A simbologia  e tradições ligadas à sua pesca faz já parte do meu património humano, as viagens com familiares ou amigos são repletas de episódios que um dia à devida  distancia do tempo terão um lugar de eleição nas memórias da minha pessoa.



Para terminar não pensem que sou um fundamentalista que se coloca num pedestal a apontar o dedo a todos os pescadores que matam ou  pior ainda que pertenço aqueles que presunçosamente pensam que pescar com iscos artificias nos dá livre transito para sermos superiores a outras técnicas e outros pescadores, essa corrente de pensamento é facilmente encontrada em alguns pescadores de pluma.
 Há e deverá existir espaço para todos, o amor e o respeito a um peixe não se traduz da maneira como pescámos mas sim com estamos na pesca.
Pensamentos de clivagem completa não são saudáveis em nenhum meio, se queremos mudar alguma mentalidade é argumentando e fundamentando, olhares de soslaio nada de positivo trazem..




Divirtam-se a partir de dia 1 de Março, sozinhos, com familiares ou amigos mas preservem e para preservar não é preciso entrar em extremismos fundamentalistas, apenas é preciso ter consciência e pensar no dia de amanhã.


São poucos os pescadores que desde sempre pescaram sem morte, eu também pesquei com morte muitos anos e à outros tantos que o deixei de fazer e muito honestamente sinto-me muito melhor assim, já não consigo pescar trutas ou qualquer outra espécie de água doce de outra forma, uma foto valerá sempre muito mais que uma refeição, uma foto é eterna..

Propositadamente coloquei fotos de peixes capturados ao spinning referentes ao inico de Março do ano passado, também podem atentar que em alguns casos não é a melhor forma de manusear trutas, coloca-las no solo é nefasto a todos os níveis, não gosto de passar imagens imaculadas, preocupo-me em transmitir pensamentos e linhas por onde me norteio  o que vos posso garantir é que todas as trutas das fotos foram devolvidas e algumas ainda por lá nadam à espera que alguém as volte a capturar e a divertir-se..  


4 comentários:

José Cunha disse...

Olá Paulo,
Pescar às trutas e o contacto com a natureza em redor é muito especial para mim desde criança e tenho pena que cada vez mais a truta autóctone esteja a desaparecer dos nossos rios. Quem manda neste país esquece a pesca nas águas interiores e mais do que isso nada faz para a preservação da rainha dos nossos ribeiros.

Apelo também à devolução das capturas ao seu habitat, pois só assim preservamos um recurso que como dizes e bem, de valor incalculável.

Espero que tenhas uma excelente época de trutas.
Abraço,

Ninja Matrix disse...

O dia da abertura e diferente... e um dia muito especial para todos os que gostam de trutas! E que acima de tudo e dificil de explicar o que nos vai na alma nesse dia...

Uma boa abertura para ti Paulo! Diverte-te!

Abraço

Paulo Martins disse...

Olá José,

Desculpa só agora responder ao comentário, na realidade sou um pouco despistado com os comentários do Blogue..

A devolução em águas interiores é fundamental e neste momento deveria ser uma prioridade de todos os pescadores.

Abraço

Paulo Martins disse...

Boas Miguel,

Este ano as trutas têm dado umas alegrias, as mariscas apareceram em força para regozijo de muitos..

Abraço