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segunda-feira, 13 de abril de 2009

Pisões, o dia dos 7000, parte II o massacre continua




Pisões, o dia dos 7000, parte II o massacre continua


Em cima coloco a fotografia de uma truta bebé capturada por mim num rio de águas cristalinas localizado em parte incerta, em parte incerta porque se por um lado a net é uma excelente ferramenta de busca e partilha de informação por outro pode-se tornar uma arma de destruição que já descaracterizou muitos pesqueiros sejam eles marítimos ou de águas “ interiores”.
A foto da truta na minha mão representa única e exclusivamente a fragilidade dessa espécie e a mensagem que está nas mãos de todos nós preservar e respeitar esse ser.
Infelizmente a realidade não espelha este pensamento.

Na ultima semana continuaram a chover noticias das pseudo pescarias( leia-se massacre) da Albufeira de Pisões, com direito a novas reportagens televisivas, quero pensar que a qualidade do jornalismo nacional não é nem pode ser tão fraco como aquele que eu assisti sobre este tema, denotou uma falta de conhecimento grave sobre o assunto abordado, péssimas reportagens que espelham a realidade de muitos pescadores Portugueses( entenda-se individuos que vão à pesca para matar e beber uma cervejas), uma realidade que recuso-me alguma vez a ser conotado, uma realidade que nunca me irei rever. O jornalismo deve ser encarado com seriedade se não é mentira que as reportagens limitaram-se a expor os factos acontecidos ( a pedra basilar do jornalismo) é uma verdade irrefutável que os jornalistas podiam ter ido bem mais longe, se tivessem estudado a matéria poderiam ter feito perguntas bem mais pertinentes: um exemplo” o srº pescador não sabe que é proibido pescar com 5 canas?” Pedia-se bem mais do jornalismo nacional.
Até do estrangeiro através de amigos e familiares as perguntas iam chegando sobre que diabo se passou naquela albufeira, ao que eu fui retorquindo com uma breve explicação e terminado a mesma com a palavra massacre

Devido a episódios como este o verdadeiro pescador nacional continua a ser descrito como aquela personagem que passa horas infinitas a olhar para uma cana à espera que o peixe morda.
A verdade é que já existe um numero significativo de pescadores que pensa que o futuro será negro se nada mudar, é nossa obrigação começar a virar a página, se o exemplo não parte do estado terá que começar de nós, espalhando a palavra, PRESERVAR.. podemos ainda ser poucos no universo total dos pescadores nacionais mas algo conseguiremos influenciar.


7 comentários:

artur oliveira disse...

Olá Paulo
mais uma vez um belíssimo artigo.
e que atitude a tua,5****
trutas dessas(fário selvagens )já são praticamente uma miragem,um sonho distante.
Na minha terra,na ribeira que me ensinou a pescar eram aos milhares,agora são uma simples e angustiante recordação.
pura e simplesmente fora dizimadas.
aquele Abraço
Amigo.

Paulo Martins disse...

Boas Artur,

Felizmente ainda existem rios com património genético inalterado, temos é que o proteger esse resto de património que ainda resta, espero encontrar a truta da foto um pouco mais tarde, um pouco maior e se um dia a voltar a capturar retornará de certeza absoluta ao rio que a viu nascer.

Abraço

bruno martins disse...

Olá amigo,

Infelizmente como dizes e muito bem, o jornalismo limita-se a relatar a noticia, poderia ter um papel bem mais importante mas a prioridade é vender informação.
Infelizmente...
Bom artigo...

Aquele abraço.

ZeNeR disse...

Pois… E como se não basta-se já os “nossos “ pescadores portugueses que só não viram os rios e ribeiros para um cesto porque não podem, ainda temos identidades fiscalizadores incompetentes ou impotentes e leis sem nexo…
Querem acabar com as exóticas mas não defendem as autóctones!
Onde iremos parar assim???
Quando deixaremos de ver peixicinas nas revistas de pesca desportiva...?
Quando é que vamos ter rios com populações saudáveis de espécies características das nossas aguas onde se possa passar um bom bocado..?
Infelizmente sou obrigado a fazer parte do grupo que vê o futuro da pesca negro…
A que espécies irei atirar as minhas plumas daqui a 10 anos??
Vejo-me obrigado a responder carpas, siluros, luciopercas… E no Mar? Ainda haverá robalos??

Cumprimentos

Paulo Martins disse...

Boas Zener,

Realmente faz falta uma grande mudança na pesca em Portugal..
Quanto ás especies exóticas e autócnes penso que devemos preservar ambas, existem massas de água para preservar ambas.

Paulo Machado disse...

É a realidade do País em que vivemos Paulo. Temos de viver e aprender com ela.
Sou daqueles que luto e anseio por essa mudança de mentalidades, mas...sou realista e não vislumbro grandes mudanças...
Esses como o que citas, infelizmente batem-nos à porta todos os dias...
Não divulgues nunca esses locais, nem aqui nem em lado nenhum, transmite-os apenas a quem tens realmente confiança, senão traça-lhes o destino e a sua sentença de morte.
Grande abraço

Paulo Martins disse...

Boas Paulo,

Infelizmente neste momento se queremos preservar tambem temos que esconder.. Se houvesse fiscalização nos rios e uma correcto ordenamento dos rios e massas de água muita coisa seria diferente

Abraço
Paulo Martins